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   Imagina só ter uma coleção de quadrinhos que você precisa de mais de dez vídeos para apresentá-la toda, um sonho né? Bom, foi essa a maneira que Fernando Bedin achou para mostrar anos de coleção no seu vlog Central HQs, além de também fazer recomendações, crossovers e até mesmo resenhas sobre quadrinhos e arcos inteiros. Hoje, além do vlog, Bedin também tem um blog de mesmo nome junto de seu sócio-parceiro, Augusto Dias, lá são colocados conteúdos de colaboradores não só sobre HQs, mas também de filmes e seriados. Em entrevista à C&M, Fernando nos contou um pouco sobre seus primeiros contatos com comics, revelou sua opinião diante da sétima arte (cinema) perante a nona (quadrinhos) e também sobre a falta de apoio editorial para os artistas brasileiros.

COMICS E O VLOG CENTRAL HQS COM FERNANDO BEDIN

Quer saber mais sobre a Central HQs? Clique aqui em baixo e confira o vlog do nosso entrevistado

Como se deu o início da sua paixão por quadrinhos? Alguém o incentivou?  

A primeira HQ que eu li por conta própria foi a do Hulk #75 da Abril, eu tinha mais ou menos uns oito anos de idade. Mas antes disso, meu pai já tinha o costume de ler Bolinha e Luluzinha para mim, não acho que isso tenha me influenciado diretamente a ser apaixonado por quadrinhos e colecioná-los, isso foi algo inerente a mim (risos). Minha coleção começou por volta de 1994, com a Morte do Superman, mas antes disso eu colecionava a mensal do Incrível Hulk e eventualmente comprava algum outro material.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

público difícil de lidar, porque não importa o que os autores ou as editoras façam, sempre haverá críticas. Alguns, inclusive, são praticamente "fanáticos religiosos". Existem casos de fãs que ameaçaram escritores de morte. Esse exagero, por óbvio, não é saudável, mas de certa forma, coloca uma pressão na editora e no rumo das histórias (em alguns casos pelo menos).

 

Como foi o processo de criação da Central HQs?

Na verdade o vlog se iniciou...(risos). Originalmente não tive a intenção de criar um canal de HQs, pelo contrário, nem pensava nisso. Apenas fiz um vídeo da minha coleção e compartilhei num fórum de HQs e com amigos. Alguns leitores viram o vídeo e começaram a pedir dicas de materiais legais ou pedir informações sobre determinados quadrinhos que eu tinha. Comecei a fazer um ou outro vídeo indicando as melhores HQs e a partir daí o canal começou a ganhar inscritos e mais inscritos. No início eu nem aparecia nos vídeos e nem o canal tinha nome. Só tempos depois, com uma quantidade razoável de inscritos e a pedidos, eu resolvi realmente "oficializar" o canal como uma mídia de HQs e batizei de "Central HQs".

 

Muitos filmes vêm sendo produzidos com base em HQ's. Esses têm se mostrado fiéis à história original ou há muitos furos/incoerências?

A base central é mantida, mas muitas mudanças são feitas, a maioria - na minha opinião -  totalmente desnecessária, e algumas, muito boas. Por exemplo, mudar a origem do Hulk pra um teste mal sucedido do soro do super soldado ao invés de uma explosão nuclear é desnecessária, inclusive enfraquece o conceito do personagem. Kitty Pride com poderes de viagem no tempo? Hã? Outras mudanças são bem-vindas, como o uniforme do Gavião Arqueiro - o uniforme clássico dele das HQs ficaria ridículo no cinema (risos). No caso da Wanda e do Pietro, essa mudança ocorre por "força maior" devido ao problema com a Fox.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A meu ver, a DC tem que seguir a fórmula da Marvel (construir uma cronologia cinematográfica assim como a Marvel vem fazendo, e não necessariamente ao “estilo” dos filmes), pois é algo que claramente está dando certo, mas obviamente, apresentando suas peculiaridades.

 

Você acha que a DC conseguirá criar algo semelhante ao que a Marvel tem, em termos de um universo bem estruturado?
A meu ver, a DC tem que seguir a fórmula da Marvel (construir uma cronologia cinematográfica assim como a Marvel vem fazendo, e não necessariamente ao “estilo” dos filmes), pois é algo que claramente está dando certo, mas obviamente, apresentando suas peculiaridades.

 

Recentemente o desenhista Rafael Albuquerque produziu a capa alternativa de Batgirl #41 (imagem) em homenagem ao aniversário de 75 anos do Coringa e à HQ Piada Mortal. A capa gerou polêmica por incitar violência à mulher, o que pensa sobre e o que acha da decisão da DC / Rafael de não utilizar a capa?

 

 

Nesse caso em específico a decisão (de censura) foi acertada porque a revista da Batgirl é voltada para um público adolescente feminino. Então realmente a capa não tinha razão de ser o que é. Trata-se de uma leitura mais leve e sem a temática abordada em Piada Mortal, o foco é outro. Veja, o caso tem as peculiaridades que eu apresentei acima, mas se a capa fosse feita pra uma edição comemorativa da própria Piada Mortal, a censura seria completamente patética.

 

Em um dos seus vídeos, você apresenta o seu início de coleção de mangás. Antes de começar a coleção o que você leu (ou assistiu)? E quais as diferenças mais notórias entre a arte ocidental e oriental?

O primeiro mangá que eu li foi Lobo Solitário, que é genial e espetacular e me fez voltar aos quadrinhos orientais, que eu tinha certo preconceito (por pura ignorância). De anime eu era "viciado" em Cavaleiros do Zodíaco e gostava de Dragon Ball. Em relação à arte, acho que a oriental, por ser em P&B, precisa ter uma atenção maior dos desenhistas. E nos mangás, parece que não existe uma "nota de corte" para o desenhista, ele pode ser excelente (absolutamente melhor do que a maioria das comics), vide o mangá Vagabond (esquerda), ou péssimo como Yu Yu Hakusho (direita) e Shingeki no Kyojin (Ataque dos Titãs). Nas comics desenhos desses mangás não seriam aceitos.

 

 

 

 

É bem comum no ciclo de amigos aquelas discussões sobre personagem X ser melhor que Y etc. Qual é(são) o(s) personagem(ns) que você defende com unhas e dentes nesses momentos? Por quê?

Sem dúvida o Incrível Hulk. É o personagem que desde que me conheço por gente eu gosto, “herói ou monstro?” a dualidade dele é um dos pontos mais interessantes além dos seus problemas psíquicos. Sem falar que ele é realmente fodão (risos). Também defendo o Thor, Thanos, Namor e Surfista Prateado.

 

Você acha que o geek exagera nas críticas para as comics ao ponto de mudar rumos das estórias?

Sim o público Geek e Nerd, sem dúvidas, é um 

O que você acha de outras mídias (filmes, seriados) estarem investindo tanto em produções de super herois?

Enxergo como algo bom, é uma boa abertura para levar leitores que querem saber a origem dos personagens dos seriados/filmes às bancas e livrarias, ou seja, se está criando um público novo e isso é ótimo. Porém também existe o risco, que inclusive deve ocorrer cedo ou tarde, de com isso as produtoras “saturarem” o mercado com pessoas “cansadas” de assistirem aos conteúdos, mas isso acaba sendo algo cíclico, e o que se deve fazer é aproveitar o momento.

 

Você acha que a DC conseguirá criar algo semelhante ao que a Marvel tem, em termos de um universo bem estruturado?
 

O que falta para os trabalhos dos quadrinistas brasileiros chegarem à massa? (além do já consagrado Maurício de Sousa)

Apoio editorial, e dentro disso, maior seletividade dos materiais e uma boa publicidade. As editoras têm que ser efetivamente profissionais, nada de publicar material meia boca só porque o editor conhece o autor ou o desenhista. Antigamente o Brasil só era reconhecido pelos desenhistas, mas de uns tempos pra cá, ficou mais do que provado que temos roteiristas de qualidade, vide Marcelo Quintanilha, Fabio Moon e Gabriel Bá, Danilo Beyruth, Gustavo Duarte, Irmãos Caffagi, André Diniz, Shiko, dentre outros. Outro ponto é um trabalho de marketing no sentido de popularizar esse material e para isso acontecer é preciso atingir exatamente o público que gosta de Marvel e DC, que são a maioria.

 

 

 

 

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