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   Facilmente associados à cultura nipônica e presentes em lugares como a Praça da Liberdade, Anime Friends e a Comic Con eles vão além de simplesmente ler uma HQ, jogar vídeo game e assistir a um seriado...estamos falando dos cosplayers, praticantes do ato cosplay, que não só se vestem  de acordo com algum personagem real ou ficcional mas também despertam olhares de admiração em uns e a encarada de outros. Em entrevista à C&M, Lilian Carvalho, de 24 anos, contou com muito bom humor e simpatia desde suas primeiras experiências como cosplayer até as grandes gratificações presentes nesse mundo ainda tão carregado de preconceitos e estigmas nos dias de hoje.

Cosplays 

REVIVENDO SONHOS

Tá afim de fazer um cosplay? Pegue algumas dicas da nossa entrevistada no canal dela e também curta a página Tia Orochi Cosplayer para ficar por dentro das novidades da Lilian.

Como/quando surgiu a vontade de fazer cosplay?

Quando e como eu não sei dizer exatamente (risos). Comecei a frequentar os eventos na época em que eles não eram voltados para animes ou HQs, eram mais para jogos de RPG, card games e coisas do gênero. Depois de um tempo, comecei a ir nesses eventos vestida como elfo - personagens de RPG - para ajudar na interpretação dos jogos. E, então, começou tudo (risos). Na época o que eu fazia era chamado de fantasia mesmo. Mais tarde, quando as empresas começaram a fazer os eventos de anime, que veio a denominação: “cosplay”. Foi algo totalmente espontâneo.

 

Seu primeiro cosplay de personagem foi o da Vampira (X-Men). O que essa personagem te despertou de diferente para você querer fazer o cosplay dela?

Eu sempre li muitos quadrinhos do X-Men e ela é uma personagem de características muito fortes. Num português claro, ela é porreta, porra louca, mesmo. E eu sempre gostei muito disso, para os quadrinhos é um diferencial. As super-heroínas eram sempre muito: Mulher-Maravilha ou Super-Moça. A Vampira não, ela vai pra cima dos inimigos, xinga, bate. É o que eu sempre falo:“Ela é um Wolwerine de saia (risos)”. A minha primeira versão de cosplay dela foi do Evolution, quando saiu o desenho no SBT. Como eu estava na época de adolescência/rebeldia, foi fácil (risos), pois eu tinha o cabelo chanel, além do coturno e outros acessórios que ela usa nessa versão mais “gótica”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vocês (cosplayers) se ajudam entre si na hora de conseguir acessórios ou indicar uma costureira para “montar” o cosplay?

Não (risos). O que acontece é: um nicho de pessoas já conhecidas dentro de evento, “eu ganhei concurso, eu conheço gente que ganha concurso”, e a parir disso acontecem as trocas de figurinhas. Mas, se uma pessoa está começando agora, ou então não é muito conhecida dentro de evento, vai até esse “conhecido” e fala assim: “Adorei o seu cosplay, como você fez?” Ele vai olhar pra você e dizer: “Se vira”. Ou seja, é um nicho de pessoas que trocam informações, tanto que foi por isso que eu comecei o canal. Uma vez fui perguntar a uma menina como fazia tal coisa e ela não quis me responder. Fiquei com uma raiva dela, pesquisei sobre o assunto e fiz questão de gravar um tutorial ensinando. Então, hoje o novato tem essa dificuldade de conseguir ajuda do pessoal mais velho. Até em questão de costureira, às vezes um cosplayer mais conhecido não recomenda de jeito nenhum a costureira ou o cosmaker dele, como se fosse um segredo, pois ele não quer que o outro – mais humilde – tenha uma peça parecida.

 

Todos os outros cosplays que você fez/faz é/são por conta dessas características fortes deles ou cada um te desperta algo diferente?

Todas têm uma característica forte, nenhuma delas é “menininha”. Tanto que eu acho que a mais “menininha” que eu fiz, foi a High Priest do Ragnarok. Como na época eu jogava muito, me veio a vontade de fazer o cosplay dela. Os outros personagens, como a Mina Tepes, que é a Rainha dos Vampiros, o título já subentende que ela é um personagem forte. A Ice, como Lanterna Negra, que é uma vilã nessa versão, não é a “menininha” que todo mundo conhece da Liga da Justiça. O Orochimaru já diz por si só (risos). Nenhum desses personagens tem como característica a meiguice ou coisas fracas, geralmente são bem fortes e eu me identifico com cada um deles.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De todos os cosplays que você fez, qual foi o mais desafiador?

Acho que todos (risos). Quando eu comecei o processo de montar o do Orochimaru, briguei com a costureira, e como eu queria MUITO fazer o cosplay dele, dei a cara a tapa e tentei fazer. Houve momentos reais de desespero, porque eu não sei NA-DA de costura. O laço da corda dele fiz entre quinze ou dezessete vezes para chegar no resultado certo, isso depois de estudar até nó de marinheiro. Todos eles me trouxeram algum medo, tanto que teve personagens que eu desisti: “Agora chega, fui vencida!”.

 

Vocês (cosplayers) se ajudam entre si na hora de conseguir acessórios ou indicar uma costureira para “montar” o cosplay?

Não (risos). O que acontece é: um nicho de pessoas já conhecidas dentro de evento, “eu ganhei concurso, eu conheço gente que ganha concurso”, e a parir disso acontecem as trocas de figurinhas. Mas, se uma pessoa está começando agora, ou então não é muito conhecida dentro de evento, vai até esse “conhecido” e fala assim: “Adorei o seu cosplay, como você fez?” Ele vai olhar pra você e dizer: “Se vira”. Ou seja, é um nicho de pessoas que trocam informações, tanto que foi por isso que eu comecei o canal. Uma vez fui perguntar a uma menina como fazia tal coisa e ela não quis me responder. Fiquei com uma raiva dela, pesquisei sobre o assunto e fiz questão de gravar um tutorial ensinando. Então, hoje o novato tem essa dificuldade de conseguir ajuda do pessoal mais velho. Até em questão de costureira, às vezes um cosplayer mais conhecido não recomenda de jeito nenhum a costureira ou o cosmaker dele, como se fosse um segredo, pois ele não quer que o outro – mais humilde – tenha uma peça parecida.

 

Ultimamente os eventos voltados para animes têm sido criticados negativamente pelas suas organizações. Qual evento proporciona para o cosplayer uma melhor recepção?

Na verdade quem recebe melhor os cosplayers e o público em geral são os eventos menos conhecidos. Um evento pequeno de Poços de Caldas, Minas Gerais, me recebeu bem melhor do que o Anime Friends, o qual não frequento desde 2011, pois acho falta de respeito com o público o modo como eles “organizam” tudo. Já o evento novo/menor se preocupa em agradar ao cosplayer, em ter um banheiro limpo para o público, em trazer atração, porque ele quer chamar pessoas. Já esses eventos que têm o público grande como a Yamato, num português claro, estão pouco se fodendo para o público. Tanto que hoje, eu tenho amigos – frequentadores antigos de eventos - que compram ingressos da Yamato somente para poder ver atração, eles chegam no horário da atração, assistem e vão embora. Infelizmente, hoje o foco da Yamato são as bandas, o dublador famoso e acabou, pois o resto não vale mais a pena.

 

Você já sofreu preconceito ou ouviu comentários desagradáveis por ser cosplayer?

Já (risos). Dentro da família, na rua e até em evento. Por volta de 2010 ou 2011, quando começou a popularizar, tinha gente que ia aos eventos não porque gostava de animes ou quadrinhos, ia porque era um rolezinho que menores de idade podiam entrar, então tinha muita gente que não conhecia - não gostava - de nada, olhava para você e dizia “nossa, que bando de troxa fantasiado”, ou até mesmo por causa do personagem que você faz. Enfim, existe uma “intriga”, pois eu estou entre o pessoal da comics e do mangá/anime, então já fui chamada de “otakinho otária” e agora eu virei a “comics poser”, porque até então eu fazia só cosplay de anime. Em família, teve um caso que uma tia viu as minhas fotos na ZombieWalk e ligou em casa, quase chorando, perguntando para a minha mãe se eu estava em alguma seita demoníaca (risos). Em serviço, às vezes você tem que esconder que é cosplayer, pois o pessoal te acha infantil por conta disso. E é ridículo, porque isso não afeta em nada no meu profissional como designer. Infelizmente é algo que existe, mas também é algo que reflete muito a educação da pessoa e a ignorância dela.

 

Como você reagiu diante desses acontecimentos?

No começo eu respondia muito aos comentários, hoje eu opto mais por ignorar/deixar quieto. Mas, às vezes, você tem que dar respostas inteligentes, como foi o caso de uma colega numa promoção de uma loja. Um cara veio tirar sarro porque a gente estava fantasiada, nós meninas. Então, essa colega falou assim: “Moço, você está xingando um monte de mulher que tem uma porrada de fantasia no guarda-roupa, que triste. Você não sabe como o meu namorado gosta disso” (risos). Muitos casos, como esse, a gente tenta levar na brincadeira, pois parar para discutir é perda de tempo. Felizmente esses comentários nunca me fizeram querer parar de fazer cosplay, acabei descobrindo que a opinião dos outros não vale muito, ainda mais quando o foco é só ofender.

 

Fazer o cosplay do Orochimaru, que é um personagem masculino, te trouxe dificuldades técnicas?

Sim e não. No começo, eu colocava muitas ataduras no meu corpo, para tirar um pouquinho do meu quadril, que é bem feminino e às vezes marcava um pouco o peito, então eu tinha que tirar. Hoje em dia eu não me preocupo mais com isso (risos). Como eu tenho o corpo bem magrinho, eu não tenho tanta dificuldade em fazer personagens masculinos. No caso do Orochimaru, o rosto dele é bem andrógino, então eu não preciso tentar alargar o meu rosto, deixá-lo troncudo. Mas, mulheres que fazem cosplay de personagens masculinos têm essas dificuldades em esconder as características femininas, que é a bunda arrebitada, o quadril, peito, cintura, e fazer um rosto mais troncudo. Apesar de que, se estiver fazendo cosplay de personagem de anime, não existe essa preocupação em fazer “cara de homem” porque os personagens geralmente têm mais rosto de menina mesmo (risos).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

pareço muito com ela, até minha mãe já me confundiu com um desenho da Morte (risos). Sou marveti, mas Sandman, da DC,vale muito a pena ler, amo esse quadrinho.

Você faz cosplay por hobby, arte ou competição?

O principal foco do cosplay para mim é hobby, é algo como “estou nervosa, vou fazer cosplay”, o principal motivo é a diversão. Que foi um dos motivos que me fizeram abandonar as competições que participei. Porque eu competia, “montava” o cosplay do personagem e fazia uma apresentação com ele e eu nem ficava até o final para saber se ia ganhar ou não, nunca me preocupei com isso. Já aconteceu de eu saber que tinha ganhado o prêmio depois que o evento terminava, no site deles (risos). Eu até brinco com isso que, mesmo sempre querendo muito um troféu, eu nunca fui buscar os meus, pois sempre me esqueci de ir pegá-los (risos). E eu parei porque dentro de competição, tem muito desse mimimi entre os competidores, que vão além do assunto da costureira. Para mim, fazer cosplay é diversão.

 

Num dos seus posts da página “Tia Orochi Cosplayer” você comentou que a Morte - da DC Comics - está no seu Top 5. Que ranking é esse?

A primeira é a Vampira, logo em seguida eu diria que é a Mina Tepes, eu gosto muito dessa personagem, apesar de não ter usado o cosplay dela em evento nenhum (risos). Depois vem a Jessica Drew, que é outra de comics que eu gosto muito, o Orochimaru e a Morte, que é uma personagem que possui uma história muito, muito foda. Ela é uma personagem que eu sempre quis fazer, o pessoal que leu Sandman e me conhece diz que me pareço muito com ela, até minha mãe já me confundiu com um desenho da Morte (risos). Sou marveti, mas Sandman, da DC,vale muito a pena ler, amo esse quadrinho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Existe alguma ideologia por trás do ato cosplay?

Eu não sei se seria bem uma ideologia, porque o cosplay, ao contrário do que todo mundo pensa, não é oriental. Ele nasceu por volta dos anos 1940 numa feira americana de ficção científica. Um casal nesse evento se vestiu como robôs e então começou. Mais tarde vieram também os fenômenos Star Wars e Star Trek e suas feiras com os - que seriam denominados mais pra frente cosplayers. Nisso um japonês viu, levou a “novidade” para o Japão e de lá trouxeram o ato para o Brasil. Tanto é que, aqui, a gente é muito mais “focado” no cosplay oriental. E surgiu basicamente porque um cara quis mostrar que era fã. Hoje em dia a “ideologia” seria reviver um personagem/herói e trazê-lo para o mundo real. Já vi gente que fez trabalho para criança, para trazer à realidade um super-herói - que ela acredita que existe - pro mundo real. É essa a ideia, reviver um sonho. Quem nunca sonhou ser o Super-Man, Batman ou Homem-Aranha?!

 

É Comum reportagens abordarem o ato cosplay como algo que tem limite de idade. A que se deve esse senso comum?

Eu diria que por ignorância pura. Eu cito uma pessoa maravilhosa, que é o Antonio Maués. Ele faz cosplay do Jiraiya junto comigo, ele está perto dos sessenta anos de idade, é doutor, professor universitário, tem família. Ou seja, não tem idade. A minha estilista que faz os meus cosplays, a Lili, é uma das pioneiras de cosplay aqui no Brasil e ela tem a idade da minha mãe, 63 anos. Então não tem idade, é questão de você querer fazer e reviver um personagem. O Antonio consegue reviver de uma forma muito legal o Jiraiya. Nós, um ao lado do outro, revivemos de um jeito muito bacana os personagens, eu como Orochimaru, aquele que troca de corpo e se mantém jovem, e ele envelhecendo (risos). Então não tem limite de idade não, tem gente que já fez isso com bebê recém-nascido.

 

Quando a C&M entrou em contato com você, você perguntou como o assunto seria tratado. Você já teve algum problema com entrevistadores/jornalistas?

Já. Já chamaram a gente para conversar com psicólogos (risos). Já chamaram a gente para participar do Casos de Família, que a questão era algo como “tenho vergonha do meu filho cosplayer”, por R$400,00. Em coberturas de evento tem emissoras que vêm atrás da gente para acompanhar o nosso dia no evento, isso é legal porque se alguém não conhece o assunto pode começar a se interessar. Também há os casos que determinados canais trazem os jornalistas para ridicularizarem a gente do começo ao fim da entrevista, como foi o caso na Comics. Então, por isso que a gente pergunta, porque infelizmente existem os mal intencionados que nos chamam para falar merda, e se é o caso a gente deixa quieto, até mesmo quando é a troco de dinheiro.

 

Quais são os projetos futuros?

A minha intenção era fazer cincos cosplays novos para esse ano, mas por conta do TCC não está dando tempo para trabalhar neles (risos). Tem o C-3PO, a Shayera Hol (Mulher Gavião), que a asa vai ser um trabalho da porra (risos), Marvin Marciano e os outros dois - é uma indecisão se vou fazer ou não - , que é o Danny Fenton ou a menina que aparece no Danny Fenton e a Lady Bullseye, que já está mais ou menos encaminhada, personagem nova do Demolidor - faz parte do quadrinho desde 2008 -, versão feminina do Mercenário.

Vampira, personagem da HQ: X-Men 

Todos os outros cosplays que você fez/faz é/são por conta dessas características fortes deles ou cada um te desperta algo diferente?

Todas têm uma característica forte, nenhuma delas é “menininha”. Tanto que eu acho que a mais “menininha” que eu fiz, foi a High Priest do Ragnarok. Como na época eu jogava muito, me veio a vontade de fazer o cosplay dela. Os outros personagens, como a Mina Tepes, que é a Rainha dos Vampiros, o título já subentende que ela é um personagem forte. A Ice, como Lanterna Negra, que é uma vilã nessa versão, não é a “menininha” que todo mundo conhece da Liga da Justiça. O Orochimaru já diz por si só (risos). Nenhum desses personagens tem como característica a meiguice ou coisas fracas, geralmente são bem fortes e eu me identifico com cada um deles.

 

De todos os cosplays que você fez, qual foi o mais desafiador?

Acho que todos (risos). Quando eu comecei o processo de montar o do Orochimaru, briguei com a costureira, e como eu queria MUITO fazer o cosplay dele, dei a cara a tapa e tentei fazer. Houve momentos reais de desespero, porque eu não sei NA-DA de costura. O laço da corda dele fiz entre quinze ou dezessete vezes para chegar no resultado certo, isso depois de estudar até nó de marinheiro. Todos eles me trouxeram algum medo, tanto que teve personagens que eu desisti: “Agora chega, fui vencida!”.

 

 

De todos os cosplays que você fez, qual foi o mais desafiador?

Acho que todos (risos). Quando eu comecei o processo de montar o do Orochimaru, briguei com a costureira, e como eu queria MUITO fazer o cosplay dele, dei a cara a tapa e tentei fazer. Houve momentos reais de desespero, porque eu não sei NA-DA de costura. O laço da corda dele fiz entre quinze ou dezessete vezes para chegar no resultado certo, isso depois de estudar até nó de marinheiro. Todos eles me trouxeram algum medo, tanto que teve personagens que eu desisti: “Agora chega, fui vencida!”.

 

Vocês (cosplayers) se ajudam entre si na hora de conseguir acessórios ou indicar uma costureira para “montar” o cosplay?

Não (risos). O que acontece é: um nicho de pessoas já conhecidas dentro de evento, “eu ganhei concurso, eu conheço gente que ganha concurso”, e a parir disso acontecem as trocas de figurinhas. Mas, se uma pessoa está começando agora, ou então não é muito conhecida dentro de evento, vai até esse “conhecido” e fala assim: “Adorei o seu cosplay, como você fez?” Ele vai olhar pra você e dizer: “Se vira”. Ou seja, é um nicho de pessoas que trocam informações, tanto que foi por isso que eu comecei o canal. Uma vez fui perguntar a uma menina como fazia tal coisa e ela não quis me responder. Fiquei com uma raiva dela, pesquisei sobre o assunto e fiz questão de gravar um tutorial ensinando. Então, hoje o novato tem essa dificuldade de conseguir ajuda do pessoal mais velho. Até em questão de costureira, às vezes um cosplayer mais conhecido não recomenda de jeito nenhum a costureira ou o cosmaker dele, como se fosse um segredo, pois ele não quer que o outro – mais humilde – tenha uma peça parecida.

Você faz cosplay por hobby, arte ou competição?

O principal foco do cosplay para mim é hobby, é algo como “estou nervosa, vou fazer cosplay”, o principal motivo é a diversão. Que foi um dos motivos que me fizeram abandonar as competições que participei. Porque eu competia, “montava” o cosplay do personagem e fazia uma apresentação com ele e eu nem ficava até o final para saber se ia ganhar ou não, nunca me preocupei com isso. Já aconteceu de eu saber que tinha ganhado o prêmio depois que o evento terminava, no site deles (risos). Eu até brinco com isso que, mesmo sempre querendo muito um troféu, eu nunca fui buscar os meus, pois sempre me esqueci de ir pegá-los (risos). E eu parei porque dentro de competição, tem muito desse mimimi entre os competidores, que vão além do assunto da costureira. Para mim, fazer cosplay é diversão.

 

Num dos seus posts da página “Tia Orochi Cosplayer” você comentou que a Morte - da DC Comics - está no seu Top 5. Que ranking é esse?

A primeira é a Vampira, logo em seguida eu diria que é a Mina Tepes, eu gosto muito dessa personagem, apesar de não ter usado o cosplay dela em evento nenhum (risos). Depois vem a Jessica Drew, que é outra de comics que eu gosto muito, o Orochimaru e a Morte, que é uma personagem que possui uma história muito, muito foda. Ela é uma personagem que eu sempre quis fazer, o pessoal que leu Sandman e me conhece diz que me 

Orochimaru, personagem do mangá: Naruto.

Existe alguma ideologia por trás do ato cosplay?

 

Eu não sei se seria bem uma ideologia, porque o cosplay, ao contrário do que todo mundo pensa, não é oriental. Ele nasceu por volta dos anos 1940 numa feira americana de ficção científica. Um casal nesse evento se vestiu como robôs e então começou. Mais tarde vieram também os fenômenos Star Wars e Star Trek e suas feiras com os - que seriam denominados mais pra frente cosplayers. Nisso um japonês viu, levou a “novidade” para o Japão e de lá trouxeram o ato para o Brasil. Tanto é que, aqui, a gente é muito mais “focado” no cosplay oriental. E surgiu basicamente porque um cara quis mostrar que era fã. Hoje em dia a “ideologia” seria reviver um personagem/herói e trazê-lo para o mundo real. Já vi gente que fez trabalho para criança, para trazer à realidade um super-herói - que ela acredita que existe - pro mundo real. É essa a ideia, reviver um sonho. Quem nunca sonhou ser o Super-Man, Batman ou Homem-Aranha?!

Máscara da Morte (Marvel), bandana e kunai da personagem Kurenai (Naruto) e lentes de outros cosplays realizados pela Lilian Carvalho.

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